terça-feira, 20 de setembro de 2011

Porque ver Fate/zero

Quem assistiu o mediano Fate/stay night sabe que o forte da franquia criada pelo TYPE-MOON [ao menos pela visão de quem viu a adaptação para TV e cinema conduzida pelo Studio DEEN] é o mundo no qual a série se passa, principalmente o simples mas eficiente conceito da Guerra pelo Cálice Sagrado através de sete Mestres e sete Servos – ainda mais quando character designs muito bons e cheios de estilo como os da série são utilizados.

A Guerra ocorrida dez anos antes dos acontecimentos relatados no original é bem utilizada por este, sendo apenas um bom objeto de curiosidade para os fãs hardcore da série. Mas quando para satisfazer a vontade deles uma Light Novel de reviews  muito positivos escrita pelo escritor do hit Mahou Shoujo Madoka Magica [Gen Urobuchi] ganha uma animação com todo o orçamento do mundo [via ANIPLEX] no mesmo estúdio em outra adaptação de obra do TYPE-MOON, Kara no Kyoukai [ufotable] e reúne um time liderado pelo diretor [Ei Aoki] que fez Ga-Rei-Zero ser um verdadeiro exemplo de execução para animes de ação/drama e que inclui inclusive a talentosa Yuki Kajiura [também presente em KnK], aí temos um caso de anime obrigatório.

Sim, Fate/zero é a grande aposta do Subete Animes para Outubro – é o único anime da lista que mesmo se não virar um futuro clássico [e considerando-se que FSN é lembrado longos cinco anos após a exibição em TV] tem muito poucas chances de dar errado. E o fato de ter a liberdade de poder iniciar com um episódio de uma hora [tempo suficiente para realmente deixar o espectador imerso em uma obra] é um sinal positivo.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

[C] The Money of Soul and Possibility Control

Terceiro anime dirigido pelo promissor Kenji Nakamura [Mononoke [2007], Kuuchuu Buranko], [C] causou altas expectativas também por outros motivos, do fato de passar no conceituado bloco noitaminA [juntamente com Ano Hana, resenhado AQUI] até o tema, dinheiro [afinal, o título – que no final do anime faz certo sentido – significa em português “o dinheiro da alma e o controle da possibilidade”]. E pelo primeiro episódio [resenhado AQUI], alguém mais otimista poderia sugerir uma mistura de popularidade e profundidade semelhante ao fenônemo Inception – enquanto um mais pessimista pensaria em YuGiOh para jovens adultos.

Nada disso – [C] é um anime mal coordenado que quer analisar os dois vetores apontados no título através de uma premissa fantástica, o Distrito Financeiro – feito na linha de obras como Summer Wars e Inception, e no qual ocorrem negócios que são verdadeiras batalhas no qual termos econômicos são jogados de forma aleatória com a intenção de parecer cool. Como disse na resenha de primeiro episódio, essa fixação pelo cool e pela metáfora lembra a obra de Mamoru Oshii [apesar de uma diferença fundamental quanto ao pensamento sobre animação que retomarei mais tarde], sendo que [C] é a primeira obra de Nakamura que tem uma proposta com um quê futurista.

Mas além da adequação das experimentações visuais de Nakamura a um novo tema, chama a atenção que [C] é o primeiro anime do diretor com um arco contínuo, no qual seguimos a vida de Kimimaro Yoga, universitário que a duras penas cursa economia em uma faculdade japonesa. Um belo dia, Masakaki [um ser que parece ter saído de alguma obra de Tim Burton] começa a aparecer para o rapaz e oferece o que lhe falta na vida – e o primeiro episódio trata de deixar esse ponto bem claro: dinheiro – indiretamente, através de um contrato de acesso ao Distrito Financeiro, no qual batalha-se por dinheiro utilizando-se do futuro como garantia. Nesses negócios [deals] que funcionam como batalhas de Trading Card Game [sendo que o cartão de crédito que cada um carrega funciona como um deck inteiro nessa analogia barata], cada jogador/empreendedor [Entrepreneur] tem seu *** [Asset], que representa o futuro possível/provável para este – no caso de Kimimaro, tem a forma de Msyu, uma típica adolescente tsundere de anime [afinal, precisa-se ganhar dinheiro, né?] mas com chifres e roupa que denunciam o caráter não-humano desta – o que mostra a indecisão do diretor em incluir esse elemento. Esses Assets são usados como verdadeiros Pokémons, sendo que o Entrepreneur tem meios limitados de lutar fisicamente [Kimimaro, como bom protagonista que é, gosta de se machucar em demasia para mostrar sua humanidade - típico].

O detalhe é que esse sistema de batalha até pode fazer sentido para especialistas, mas apesar de realmente ser efetivo em soar cool a falta de qualquer explicação razoável na série faz com que sejam apenas palavras jogadas a toa em batalhas as vezes desnecessárias e confusas, sendo que mesmo estas tendo bons momentos e boa coreografia o uso de CG e a ânsia de fazer movimentos mais grandiosos que o orçamento permite faz com que o traço e a regularidade da animação sejam insanamente irregulares. E isto faz a diferença.

[C] tem seus méritos na parte técnica, apesar de Taku Iwasaki [compositor de trilhas memoráveis como Katanagatari e Tengen Toppa Gurren Lagann] ter sido apenas correto e não marcante como esperado; mas a ambição ocasionou a irregularidade, e o espectador atual de animes, mesmo membro do lado hardcore do fandom, prefere uma série mal animada mas com traço constante [note que apesar de Steins;Gate ser até abaixo da média no aspecto animação, não se ouve uma reclamação a respeito] a verdadeira gangorra que é [C] neste aspecto, principalmente em alternar descaradamente o CG [em seus piores momentos] com animação tradicional certas vezes. “Quanto maior a subida, maior a queda”, um ditado que infelizmente faz sentido aqui – um anime menos ambicioso e com menos cenas de ação faria mais sentido.

Sim, a necessidade de encaixar inúmeras coisas no anime faz com que os onze episódios destes pareçam tão pouco – afinal, tantos assuntos foram tocados no anime e nenhum desenvolvido bem neste tempo. Como apontado por Panina Manina em seu artigo sobre a série [AQUI]

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Audiência na TV Japonesa, 03-09/01

Como nenhum site ainda postou, vai eu mesmo. Duas coisinhas: houve exibição do filme Sen to Chihiro no Kamikakushi, com grande audiência como esperado para um dos filmes mais conhecidos de Hayao Miyazaki [o mais conhecido aqui no Ocidente]; inclui relacionados como Pokemon Smash, que é um programa de variedades típico da TV japonesa - só que relacionado a Pokemon, e os tokusatsus do Super Hero Time.

Se divirtam!

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20.6% 09/01, 18h30-19h [Fuji TV] Sazae-san

16.5% 07/01, 21h-23h34 [Nippon TV] Sen to Chihiro no Kamikushi

14.3% 09/01, 18h-18h30 [Fuji TV] Chibi Maruko-chan

*9.4% 08/01, 18h-18h30 [Nippon TV] Meitantei Conan

*9.2% 09/01, 09h30-10h [Fuji TV] One Piece

*7.9% 09/01, 09h-09h30 [Fuji TV] DragonBall Kai

*6.7% 09/01, 08h-08h30 [TV Asahi] Kamen Rider 000

*5.7% 06/01, 19h-19h30 [TV Tokyo] Pocket Monsters Best Wishes

*5.1% 05/01, 19h26-19h55 [TV Tokyo] Inazuma Eleven

*5.0% 09/01, 08h30-09h [TV Asahi] HeartCatch PreCure!

*4.9% 05/01, 19h-19h26 [TV Tokyo] Mainichi Kaa-san

*4.2% 09/01, 07h30-08h [TV Asahi] Tensou Sentai Goseiger

*3.9% 06/01, 19h30-19h58 [TV Tokyo] Naruto Shippuuden

*3.5% 03/01, 19h-19h30 [TV Tokyo] Tamagocchi!

*3.1% 03/01, 18h-18h30 [TV Tokyo] Yorimeki Gintoki-san [Reprise]

*3.1% 03/01, 19h30-20h [TV Tokyo] Fairy Tail

*3.1% 07/01, 16h30-17h [Nippon TV] Soreike! Anpanman

*3.1% 09/01, 07h30-08h30 [TV Tokyo] Pokemon Smash

*2.9% 09/01, 08h30-09h [TV Tokyo] Metal Fight Beyblade Baku

*2.6% 08/01, 09h30-10h [TV Tokyo] Jewel Pet Tinkle

*2.5% 08/01, 10h-10h15 [TV Tokyo] Keroro Gunsou

*2.4% 05/01, 18h-18h30 [TV Tokyo] Bleach

*2.4% 09/01, 07h-07h30 [Nippon TV] Beelzebub [Estreia]

*2.3% 09/01, 07h-07h30 [TV Asahi] Battle Spirits Brave

*2.3% 09/01, 09h-09h30[TV Tokyo] LilPri

*2.1% 04/01, 25h29-25h59 [Nippon TV] KiminiTodoke 2nd Season Episode 00

*2.1% 09/01, 17h-17h30 [TBS] Star Driver ~Kagayaki no Takuto~

*1.9% 08/01, 09h-09h30 [TV Tokyo] Gokujou!! Mecha Mote Iinchou Second Collection

*1.7% 05/01, 18h-18h30 [TV Tokyo] Yu-Gi-Oh! 5Ds

*1.7% 06/01, 18h-18h30 [TV Tokyo] Soul Eater Repeat Show [Reprise]

*1.6% 06/01, 25h25-25h55 [TBS] Infinite Stratos [Estreia]

*1.6% 06/01, 25h55-26h25 [TBS] Yumekui Merry [Estreia]

*1.6% 07/01, 26h10-26h40 [TBS] Mahou Shoujo Madoka Magica [Estreia]

*1.6% 08/01, 08h-08h30 [TV Tokyo] Cardfight!! Vanguard [Estreia]

*1.6% 08/01, 10h15-10h30 [TV Tokyo] SD Gundam Sangokuden BraveBattle Warriors

*1.5% 08/01, 23h55-24h20 [TV Tokyo] Tegami Bachi Reverse

*1.4% 05/01, 17h30-18h [TV Tokyo] Naruto Shounen-hen [Reprise]

*1.4% 09/01, 09h30-10h [TV Tokyo] Saikyou Bushoden ~Sangoku Engi~

*1.3% 05/01, 17h30-18h [TV Tokyo] Kami Nomi zo Shiru Sekai [Reprise]

*1.3% 08/01, 10h30-11h [TV Tokyo] Bakugan Battle Brawlers, New Vestroia

*1.1% 06/01, 17h30-18h [TV Tokyo] Bakugan Encore [Reprise]

*1.1% 08/01, 07h30-08h [TV Tokyo] Yu-Gi-Oh! Duel Monsters GX [Reprise]

*1.0% 03/01, 17h30-18h [TV Tokyo] Bleach Betsubara [Reprise]

*0.7% 07/01, 25h53-26h23 [TV Tokyo] Gosick [Estreia]

*0.7% 09/01, 26h05-26h35 [TV Tokyo] Keroro Gunsou 乙 [Reprise]

*0.5% 06/01, 26h15-26h45 [TV Tokyo] Seikimatsu Occult Gakuin [Reprise]

*0.3% 05/01, 27h45-28h15 [TV Tokyo] Saikyou Bushoden ~Sangoku Engi~ [Reprise]

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Artigos Incompletos: Suzumiya Haruhi no Shoushitsu

Observações:
- Aproximadamente 1/3 do que pretendia escrever.
- Revisão? Somente o básico do básico.
- Sim, acho difícil falar sobre Shoushitsu sem fazer um longo balanço da série até aqui.
- Os textos em "AQUI" e "AQUI" são essa e essa postagens sobre o filme.

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AVISO: Este artigo contará “o início, o fim e o meio” da história do filme – assim como das séries de TV de Suzumiya Haruhi. Caso queira ver um review antes de ver o filme sem correr risco de sua diversão ser totalmente arruinada, recomendo AQUI e AQUI. Siga por sua conta e risco!

Em Abril/2006, estreava em diversos canais UHF um dos animes que definiriam os anos 2000 da animação japonesa: Suzumiya Haruhi no Yuuutsu [A Melancolia de Haruhi Suzumiya]. Nos seus 14 episódios recheados de truques feitos para tornar a experiência mais prazerosa [como e principalmente a ordem de exibição dos episódios que desprezava a cronologia e focava em levar o principal clímax presente nesta primeira leva para as exibições finais], fomos apresentados a mais um anime escolar que tratava sobre um clube que iria mudar a vida do protagonista.

Mas, diferente de tantos outros animes escolares sobre clubes, em Haruhi temos dois elementos presentes que fizeram a diferença: 1 – o narrador-protagonista, mesmo sendo um estudante qualquer que leva a vida passivamente, é construído de formaque se torna interessante [o autor tem esse cuidado, embora em menor grau, com os demais personagens] e 2 – há um elemento de ficção científica na história que possibilita enredos melhor elaborados do que a simples exploração da vida estudantil japonesa.

Acrescente-se a bela animação do estúdio Kyoto Animation, que soube trabalhar com muito respeito o material original, a sempre competente e estável direção de Tatsuya Ishihara, e os truques já citados – que também incluem – entre diversos toques menores – o viciante encerramento “Hare Hare Yukai” e sua dança de inúmero sucesso e a apresentação da banda ENOZ no episódio “Live Alive” – e o lançamento, ocorrido no momento certo, tornou o “haruhismo” uma verdadeira religião, com os muitos fãs comprando avidamente qualquer material ao que poderíamos já chamar de franquia [afinal, temos material com pequena relação com o original como Haruhi-chan – que conta com manga e anime – ou os jogos].

Três anos e muitas brincadeiras de mau gosto da Kadokawa [empresa que publica as Light Novels originais, dona dos direitos da obra e patrocinadora principal] depois, tivemos a partir de Abril/2009 a aparente reexibição da primeira temporada em ordem cronológica [que já era considerada canônica a partir do lançamento dos DVDs], mas que na verdade seria a versão definitiva de Haruhi Yuuutsu – 28 episódios, sendo os 14 originais e mais 14 novos que serviriam para contar as histórias não-inclusas na primeira temporada mas que ocorreram antes do último episódio [cronologicamente], “Someday in the Rain”.

Essa temporada obviamente teria reação negativa dos fãs, pelo próprio propósito de conter os episódios menos interessantes da série até aqui. Mas o Oito Infinito [Endless Eight] veio e eclipsou tudo – em jogada arriscada, decidiu-se animar oito episódios de um arco que seria muito bem contado em três. A reação, especialmente em tempos de internet, foi barulhenta e cheia de ódio. Como esperado, as vendas de DVD caíram para um pouco menos da metade entre uma temporada e outra, mas mesmo assim foram belos números para uma série que teve o mesmo episódio em metade de sua duração.

No final dessa exibição definitiva de Haruhi Yuuutsu, já em Outubro/2009, foi anunciado que Suzumiya Haruhi no Shoushitsu [O Desaparecimento de Haruhi Suzumiya], que foi muito esperado para a segunda temporada da série de TV, iria na verdade ser uma animação para cinema. Depois veremos como essa decisão foi acertada, mas no momento algumas vozes de desconfiança levantaram-se, pensando principalmente no tempo de duração de filmes animados para cinema – mas logo veio a notícia que a animação teria longos 150 minutos.

Chega Fevereiro/2010, data da estreia do filme: a reação – principalmente dos fãs, para os quais o filme é bastante focado – foi positiva, com o Kyoto Animation e Tatsuya Ishihara confirmando que sabem fazer uma boa adaptação. E eles foram recompensados, com o filme fazendo 830 milhões de ienes [aproximadamente R$ 16,5 milhões] em bilheteria e tendo vendas de DVD e BD [lançados convenientemente um mês após o BD BOX da série – o mais bem sucedido da história dos animes – justo em 18 de Dezembro, data pivotal na história] superiores a 100 mil discos. Belos números para o primeiro filme não só da série como do estúdio e do diretor.

A primeira coisa a se notar no filme é que pela primeira vez uma animação de Haruhi não tem no título o Yuuutsu/Melancolia, que remete ao primeiro e até Shoushitsu/Desaparecimento é o arco mais importante da série. Finalmente temos um arco tão importante para o desenvolvimento do personagem principal quanto o primeiro, e a grande questão apresentada no filme é consequência lógica e direta da situação apresentada naquele arco.

Ao final de Yuuutsu Kyon [nosso protagonista, para quem não sabe] aceita sua condição como membro do estranho grupo liderado pela “ligada na tomada 24/7” Haruhi Suzumiya, SOS-dan [Brigada SOS], por livre e espontânea vontade – mas inconscientemente ainda não abraça totalmente a ideia de que QUER estar ali, em parte convencido de que foi somente arrastado pelas circunstâncias àquela situação.

Em Suzumiya Haruhi no Shoushitsu, Kyon acorda em 18 de Dezembro em um mundo onde todas aquelas pessoas extraordinárias do SOS-dan não o conhecem...